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Conheça os estudos recentes do ImPrEP sobre HSH

 

Para avaliar o nível de conhecimento e a intenção de usar a profilaxia pré-exposição (PrEP), bem como a disponibilidade de fazer o autoteste para HIV por parte de gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) brasileiros, mexicanos e peruanos, o projeto ImPrEP realizou, no primeiro semestre de 2018, três estudos embasados por uma pesquisa online.

 

Divulgado via os aplicativos Hornet e Grindr para encontros voltados à população HSH e no Facebook, o levantamento coletou dados sociodemográficos, comportamento sexual, risco para infeção do HIV, além de barreiras e facilitadores para a PrEP e o autoteste. Os resultados foram apresentados, em março passado, na Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI 2019), ocorrida em Seattle (EUA).

 

Um total de 43.687 participantes iniciou a pesquisa, sendo 8.790 (20%) considerados inelegíveis por serem menor de idade, HIV positivo ou pertencerem a outro gênero que não os retratados pelos estudos. Com mediana de idade de 28 anos, 19.457(44%) completaram o questionário: 58% do Brasil, 31% do México e 11% do Peru.

 

Risco e conhecimento  

 

“No primeiro trabalho, Associação entre Conhecimento de PrEP e risco para HIV, verificou-se que o conhecimento sobre a profilaxia variava de acordo com o país: Brasil (69%), México (64%) e Peru (47%). Cinquenta e três por cento apresentavam critérios adequados para iniciá-la, de acordo com a escala usada pelo Centro de Prevenção e Doenças dos EUA (maior risco) que leva em consideração idade, uso de drogas estimulantes e perguntas de comportamento sexual (número de parceiros, sexo anal receptivo sem preservativo, sexo com parceiro HIV+), mas apenas 10% se sentiam em risco”, informa o pesquisador do ImPrEP Thiago Torres.

 

O estudo demonstrou que pessoas em maior risco possuíam maior conhecimento de PrEP. Essa associação permaneceu mesmo após o ajuste de fatores, como idade de 24 anos, residência no Brasil, maior formação educacional, maior renda, uso de drogas e álcool, e uso diário de apps para sexo. “Os resultados indicam ser fundamental estabelecer estratégias para o aumento do conhecimento sobre a profilaxia pré-exposição, com foco especial na divulgação via apps”, avalia Thiago.

 

 

Barreiras e dificuldades

 

Barreiras e Dificuldades Relacionadas à PrEP é o segundo trabalho, no qual foram verificadas as principais barreiras de informação, comportamento e crenças entre os que responderam ao questionário e que estavam dentro do perfil almejado para iniciar a PrEP, ou seja, HSH que faziam sexo desprotegido ou com parceiro positivo, trabalhadores sexuais ou com diagnóstico para infecções sexualmente transmissíveis.

 

Em geral, as barreiras relacionadas à informação sobre PrEP (medo de efeitos colaterais, efetividade da profilaxia e dos antirretrovirais caso a pessoa se infecte) foram maior motivo de preocupação do que as barreiras de comportamento (uso diário, diálogo com o médico sobre a vida sexual, teste a cada três meses, despreocupação com preservativo) e as barreiras de crenças (PrEP significando estar em maior risco, questões de estigma etc.). 

 

Entre as barreiras de informação, a análise observou menor preocupação entre aqueles que tinham conhecimento de PrEP, em especial os brasileiros que já tinham usado a profilaxia. Entre as barreiras de comportamento, destaque para maior preocupação junto aos que haviam se testado há mais de um ano ou nunca se testaram, com idade superior a 30 anos, menor renda e residentes do Peru. Menor preocupação foi verificada para os respondentes que usaram drogas nos últimos seis meses e que conheciam a PrEP. Já entre as barreiras de crença, a preocupação central foi descrita por aqueles com menor renda, maiores de 35 anos e que jamais se testaram. A menor preocupação ficou por conta dos que relataram parceria fixa, residentes do Brasil e que conheciam a profilaxia pré-exposição.

 

“Podemos afirmar que as barreiras de informação sobre PrEP são mais comuns entre HSH. Quem tem conhecimento prévio da profilaxia apresenta menos barreiras, sejam informativas, de comportamento ou crenças. De qualquer forma, o incremento da divulgação da PrEP é fundamental para a redução dos entraves”, avalia Thiago.

 

Autoteste

 

O terceiro trabalho, Disposição para Uso de Autoteste para o HIV, apresenta resultados interessantes: 20% dos HSH pesquisados nunca fizeram teste de HIV, sendo 18% no Brasil, 23% no México e 24% no Peru. As principais razões alegadas foram o medo do resultado (28%), se perceberem em menor risco (22%) e sentir vergonha de fazer o teste (21%).

 

O conhecimento sobre o autoteste foi maior no Brasil (41%), contra 28% do México e 25% do Peru. Também a intenção de fazer o autoteste foi maior entre os brasileiros (44%) que entre mexicanos (36%) e peruanos (32%). As principais dificuldades apontadas foram a crença de que o aconselhamento pós-teste é uma etapa essencial e a dificuldade de lidar com um resultado positivo.

 

Vale frisar, ainda, que o estudo concluiu que o conhecimento e a intenção de fazer o autoteste de HIV nos três países foi baixo. No entanto, os que se mostraram dispostos a fazê-lo também intencionaram usar a PrEP. “Esse é um dado importante no sentido de estudar a possibilidade de incorporar plataformas de distribuição de autoteste nos programas de profilaxia pré-exposição nos sistemas de saúde dos três países”, finaliza o pesquisador.

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