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O que pensam os públicos estratégicos no cenário da implementação

da PrEP no Brasil?

Cristina Pimenta

Para responder a essa pergunta, o ImPrEP em Rede bateu um papo com Cristina Pimenta que está à frente de um importante estudo em conclusão intitulado “Avaliação qualitativa da implementação da PrEP no Brasil:

ImPrEP stakeholders“, cujos resultados iniciais foram apresentados na 10ª Conferência da International Aids Society (IAS 2019), em julho na Cidade do México.

Com a palavra

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coordenadora do projeto ImPrEP.

ER: Qual o principal objetivo do estudo?

​

CP: A PrEP tornou-se disponível no Brasil em 2018 para populações com risco substancial de infecção pelo HIV como uma ferramenta adicional de prevenção sob uma estratégia de prevenção combinada. No entanto, ainda há escassa evidência qualitativa em torno da sua implementação de forma global. Esse estudo buscou obter, junto aos atores-chave estratégicos ligados à PrEP, informações sobre facilitadores e barreiras para sua implementação em um contexto de programas de saúde pública.  

​

ER: Qual a metodologia adotada e quem foi ouvido?

​

CP: No estudo, baseado em entrevistas estruturadas realizadas face a face em cinco estados (Rio de Janeiro, Amazonas, Pernambuco, São Paulo e Rio Grande do Sul) e no Distrito Federal que implementam o ImPrEP, foram coletadas visões, percepções e experiências sobre incorporação de serviços de PrEP. O trabalho buscou extrair, por meio de 60 entrevistas, significados, percepções e preocupações acerca da política de PrEP, suas concepções e experiências junto a 15 gestores de programas de HIV, 14 profissionais de saúde, 7 líderes da comunidade HSH (homens que fazem sexo com outros homens), 7 da população trans e 1 das pessoas vivendo com HIV, além de 16 usuários de PrEP, todos tratados como interlocutores da implementação da política da profilaxia.

 

ER: Há conhecimento real sobre a PrEP junto a esses públicos?

 

CP: Todos os gerentes de serviços de saúde, profissionais de saúde, líderes

comunitários e usuários de PrEP entrevistados expressaram conhecimento

prévio da profilaxia. O estigma relacionado tanto com o HIV quanto com às praticas sexuais e o receio de sofrer discriminação foram citados como o

principal obstáculo para a maioria das populações mais vulneráveis acessar

os serviços de PrEP. Prestadores de serviços e líderes comunitários

destacaram que as pessoas trans são as que menos frequentam os serviços

de PrEP. 

​

ER: Como analisam a PrEP como estratégia de prevenção combinada ao HIV?

​

CP: Existe um consenso narrativo que combina a prevenção do HIV, incluindo a PrEP, como um avanço na política de saúde pública. Um aspecto enfatizado pelos profissionais de saúde e gerentes de serviços foi que a PrEP coloca a prevenção do HIV sob controle do indivíduo.

​

ER: Qual a principal conclusão do estudo?

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CP: Os resultados indicam que a expansão em maior escala da PrEP em

contextos nacionais no âmbito de políticas de saúde pública apresenta

necessidades culturalmente específicas a serem abordadas com muita atenção.

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