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Educadores/as de pares ImPrEP: destaques de 2019 (Parte II)

Em Manaus, foco nas redes sociais

 

A principal estratégia adotada pelo educador de par Gabriel Mota, em Manaus, onde o projeto ImPrEP está vinculado à Fundação de Medicina Tropical Heitor Vieira Dourado, são as redes sociais, principalmente junto ao público gay e de homens que fazem sexo com outros homens.

 

“O retorno tem sido bastante interessante em relação à utilização do Instagram e do Facebook como espaços de divulgação da PrEP, em especial na publicação de stories. Tiro muitas dúvidas e presto muitos esclarecimentos, atingindo um público que varia de 500 a 800 pessoas”, esclarece o EP.

Já a educadora de par Joyce Lorrane destaca o trabalho feito no quesito retenção dos participantes do projeto na capital amazonense à PrEP: “Fazemos uma busca ativa, ligando para cada um dos cerca de 540 participantes um dia antes e no próprio dia da consulta. Isso tem resultado num número menor de faltas, trazendo ganhos importantes para todos”.

Atenção a casas e famílias vogue em Brasília

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Levar informação sobre a PrEP e prevenção combinada a todas as tribos de Brasília é o principal desafio da educadora de par Ludymilla Santiago, que atua junto ao Hospital-dia Asa Sul. Bom exemplo foi a Oficina de Ativismo, Cuidado Comunitário e Prevenção ao HIV/Aids, realizada em maio passado, em parceria com o Instituto LGBT+, para integrantes do movimento vogue. Trata-se de um movimento de periferia, criado nos anos 1960 e aflorado na década de 1980 pela população negra norte-americana

excluída culturalmente, em especial os LGBT, que estabeleceu um tipo de dança inspirado nas poses das modelos e a estética adotada pela revista.

“Foi um desafio bastante interessante, pois os praticantes do vogue constituem grupos, chamados ‘casas’ ou ‘famílias’, com baixíssimo acesso aos serviços de saúde. Nessa oficina, que atendeu diretamente a 20 pessoas e indiretamente a cerca de 300, pudemos explicar como a PrEP, dentro de

um conjunto de prevenções combinadas, pode ser uma forte aliada para a não infecção do HIV”, informa Ludymilla.

No primeiro dia do evento, foi realizada uma roda de conversa com pessoas LGBT, “quando foi possível conscientizá-las sobre seus direitos relativos a questões de saúde e fortalecer a autoestima enquanto cidadãs e cidadãos”, esclarece a EP. No segundo, foi organizada uma ida à rodoviária da cidade

para fazer uma intervenção de vogue que falava sobre PrEP, com distribuição de panfletos e exibição de fotos e vídeos.

 

Diversidade no atendimento em São Paulo

Ir a campo de formas diferenciadas para divulgar a PrEP e prevenção combinada, captar possíveis voluntários para o projeto ImPrEP e oferecer aconselhamento. Esse é o desafio do educador de par Eduardo Razo, ligado ao Serviço de Assistência Especializada em HIV/Aids (SAE – Ceci), em São Paulo, em suas duas abordagens semanais junto à população trans e HSH na Avenida Indianópolis e arredores, e no estacionamento do Parque Ibirapuera, respectivamente.

“Nessas ações, que atingem cerca de 30 pessoas por abordagem, distribuímos insumos, como preservativos masculinos, gel lubrificante, folhetos informativos e estabelecemos diálogos importantes. Há uma boa receptividade. As travestis/trans mais jovens (18 e 25 anos) demonstram interesse pela PrEP e outros métodos de prevenção, mas são um público muito ‘rotativo’, dificultando contatos posteriores. Já as mais velhas (acima de 30 anos) conhecem e fazem prevenção combinada, mas, em razão de muitas serem soropositivas, a PrEP não lhes é funcional. No entanto, podem atuar como multiplicadoras de informação para as mais novas”, informa o EP.

Em relação aos HSH, as abordagens obedecem aos diferentes perfis detectados.Eduardo explica: “Os que transitam pelas áreas ‘exclusivas para pegação’ exigem um contato rápido e discreto. Após entregar os insumos, permanecemos estrategicamente no local, aguardando um contato posterior,

que em geral é bastante positivo”. Já com os HSH que permanecem no estacionamento do parque, dentro ou fora de seus carros, a abordagem consegue virar uma conversa informal sobre prevenção do HIV. Os HSH que atuam como garotos de programa, que ficam em “pontos” dentro do estacionamento do parque, exigem uma abordagem semelhante à das travestis/trans na avenida. Em sua maioria, são jovens da periferia que, embora aceitem os insumos, têm pouco interesse em falar sobre prevenção

combinada, principalmente se abordados em grupo. “Como alternativa, fazermos a aproximação de forma individual”, finaliza o EP.

Em Recife, a PrEP é assunto nos shoppings

 

Outro exemplo de diversificação das atividades vem de Recife, onde o ImPrEP atua junto ao Serviço de Assistência Especializada em HIV/Aids, do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, contando com a dedicação do educador de par Luciano Melo. “Estamos sempre procurando formas e locais diferentes para divulgar a PrEP como alternativa de enfrentamento ao HIV. Em julho, realizamos uma ação ao lado do shopping Boa Vista, um dos mais frequentados na cidade”.

A ação, voltada principalmente para atingir gays, homens que fazem sexo com outros homens e travestis, constou da entrega de panfletos, leques e, principalmente, de muito diálogo. “Informamos o que é a PrEP, seus benefícios e onde pode ser encontrada. Calculamos ter alcançado diretamente cerca de 60 pessoas”, comenta Luciano.

De acordo com o EP, muitos disseram já ter ouvido falar sobre a profilaxia ou que conheciam alguém que a estava usando: “Foi uma troca bastante positiva, pois pudemos esclarecer uma série de dúvidas e mitos em relação à PrEP e ao próprio HIV”, conclui Luciano.

 

Intervenções junto ao pessoal do samba paulista

 

“Estamos sempre atentos a todas as oportunidades de usar a criatividade”, informa Ágatha Mirian, que atua no Serviço de Assistência Especializada em HIV/Aids – Fidélis Ribeiro, em São Paulo.

“Percebi um enorme potencial de divulgar a PrEP junto a gays, homens que fazem sexo com outros homens e travestis que frequentam os ensaios e shows da quadra da escola de samba Nenê de Vila Matilde, uma das mais tradicionais da capital paulista. Desde julho venho intensificando esse trabalho, principalmente antes da entrada do pessoal na quadra”, informa Ágatha.

O trabalho vai além da entrega de folheteria e leques. “Respondo a muitas perguntas, tiro dúvidas e presto esclarecimentos sempre que necessário. Estou ali para isso. Tem sido uma ação com efeito bastante positivo”, conclui a EP, que afirma alcançar diretamente cerca de 50 pessoas por noite.

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