



Indicação e cuidados de PrEP entre mulheres trans nos EUA
As mulheres trans dos Estados Unidos têm uma prevalência do HIV estimada em 28%. Embora a profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV seja eficaz, sua indicação ainda não é bem compreendida entre essa população.
O estudo Lite, realizado pro Jowanna Malone, da Johns Hopkins Bloomberg School Of Public Health - Baltimore e pesquisadores dessa e de outras instituições*, analisou mulheres trans em seis cidades no sul e leste dos EUA. Após a triagem inicial, as participantes foram submetidas a testes de HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e responderam a uma pesquisa sócio-comportamental na qual relataram experiências com a PrEP.
Em abril de 2019, havia 751 participantes que não viviam com HIV. Dentro desse grupo, 293 (39%) atendiam à indicação de PrEP, com as seguintes bases: apresentavam uma IST confirmada em laboratório, possuíam parceiro recente vivendo com HIV, relatavam trabalho sexual e/ou sexo anal recentes sem preservativo. Pacientes negras não-hispânicas foram mais propensas a serem indicadas para a PrEP e 42 participantes (14%) já faziam uso da profilaxia. Oitenta e quatro por cento tinham conhecimento acerca da PrEP, 76% dessas possuíam plano de saúde, 63% das seguradas estavam em uso de PrEP e 68% das usuárias da profilaxia relataram 100% de adesão nos sete dias que antecederam a pesquisa.
Mais de um terço das mulheres trans que não viviam com HIV foram indicadas para a PrEP, mas a adesão geral foi baixa. Melhorar a aceitação e a adesão dessas pessoas merece mais investimentos, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento de estratégias culturalmente apropriadas para as mulheres trans negras.
*Autores: Jowanna Malone (Johns Hopkins Bloomberg School Of Public Health, Baltimore, EUA), Sari Reisner (Harvard T.H. Chan School Of Public Health, Boston, EUA) e Andrea L. Wirtz (Johns Hopkins)
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