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ImPrEP: novo estudo busca determinar a soroincidência do HIV entre HSH, travestis e mulheres trans

“Queremos estimar não só a soroincidência do HIV, ou seja, o número de novos casos identificados nessas populações que buscam testagem de HIV em centros públicos selecionados nos dois países, como também a soroprevalência, que é a proporção de casos já determinados”, informa Brenda Hoagland, médica infectologista e coordenadora clínica do ImPrEP. O estudo, financiado pelos Ministérios da Saúde do Brasil e do Peru, e com o apoio da Unitaid, também tem como objetivo descrever os padrões genotípicos de resistência aos medicamentos antirretrovirais (ARVs) entre os participantes identificados com infecção recente e crônica do HIV.

 

De acordo com a coordenadora, o tamanho final da amostra de cada país será determinado ao longo do estudo, após a realização de uma análise interna dos casos positivos identificados entre os primeiros 1.500-2.000 participantes inscritos.

 

No Brasil, as inclusões no estudo iniciaram-se em março de 2021, ocorrendo em seis centros de pesquisa, quatro deles já participantes do estudo ImPrEP  - Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/Fiocruz (Rio de Janeiro), Centro Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa (Salvador), Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids (São Paulo) e Fundação de Medicina Tropical Heitor Vieira Dourado (Manaus) -  e dois novos centros: Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) da Rodoviária, em Brasília, e CTA Santa Marta, em Porto Alegre.

 

Usuários que se identifiquem como HSH, travestis ou mulheres trans, que buscam testes de HIV nesses centros credenciados da pesquisa nos dois países, são convidados a participar do estudo. Aqueles que concordam, assinam o termo de consentimento informado e respondem a um questionário em tablet aplicado pelo entrevistador do estudo, em que são abordadas, entre outras questões, perguntas relacionadas ao comportamento sexual, testagem prévia de HIV e uso de PrEP e PEP (profilaxia pós-exposição).

 

Além disso, todos realizam teste de HIV de 4ª geração pelo estudo, assim como os outros testes rápidos oferecidos pela unidade, que são sífilis, hepatite B e hepatite C. Participantes identificados como HIV positivos realizam coleta de sangue adicional para os testes de recência e genotipagem realizados pelo estudo, assim como dosagem de carga viral e CD4 pela rotina do serviço. Os resultados serão disponibilizados para os participantes para o seu acompanhamento clínico, exceto o teste de recência. No estudo, o teste de recência não fornece um resultado individual e, sim, um resultado referente à população analisada.

 

O estudo está previsto para ser conduzido até dezembro de 2021.

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Capacitação inicial

O estudo de soroincidência do ImPrEP teve o seu início previsto para o primeiro semestre de 2020, quando ocorreu a primeira capacitação dos centros participantes no mês de janeiro. Porém, por conta do início da pandemia por Covid-19, em março de 2020, no Brasil e demais países da América Latina, o início do estudo precisou ser interrompido. 

 

A pesquisadora principal do ImPrEP, Valdiléa Veloso, durante a capacitação, ressaltou a importância do estudo: “Apesar da gravidade da epidemia do HIV entre HSH, travestis e mulheres trans, os dados de soroincidência nessas populações são praticamente inexistentes. Nesse sentido, é fundamental termos uma iniciativa desse porte dentro do projeto ImPrEP para melhor fazermos uma vigilância da epidemia, selecionar áreas e populações para ações prioritárias e monitorar e avaliar o impacto de programas e intervenções”.

 

Durante a capacitação foram realizadas diversas apresentações técnicas, como o cálculo do tamanho amostral e da soroincidência do estudo, conduzido pela doutora em Saúde Pública pela Fiocruz, Célia Landmann; os procedimentos específicos do protocolo, pela coordenadora clínica do ImPrEP, Brenda Hoagland; os aspectos relativos aos exames previstos no estudo, com o biólogo Sandro Nazer, coordenador  de laboratório do Lapclin (Laboratório de Pesquisa Clínica em DST/Aids), do INI/Fiocruz; a proposta de questionário a ser aplicado, feita pelo coordenador de aconselhamento  Nilo Fernandes; e a coleta de dados via Redcap (Research Eletronic Data Capture), apresentada pelo desenvolvedor web do projeto, Renato Lima.

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