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Live Autotestagem de HIV como estratégia de prevenção combinada

Redução de danos, chemsex e autoteste de HIV foram destaques nas lives ImPrEP

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O encontro começou com Alessandra comentando sobre a dificuldade de definir chemsex. “Apesar de ainda não existir uma definição técnica definitiva, a gente considera chemsex o sexo entre pessoas sob o efeito de duas ou mais substâncias químicas combinadas”. Júlio chamou a atenção para o fato de, com o uso de drogas, as pessoas tenderem a ficar mais desinibidas, sendo uma prática muito comum em raves e festas de música eletrônica em geral.

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Em seguida, Myro falou sobre a redução de danos em relação ao sexo químico. “É um erro grande limitar o assunto às substâncias. É preciso levar em conta as fragilidades e peculiaridades que fazem parte da vida do usuário. Há, ainda, uma questão cultural inserida nesse contexto”. O educador social continuou: “Infelizmente, boa parte dos profissionais de saúde não está preparada para atender usuários de álcool e drogas. A redução de danos, para os praticantes do chemsex, não pode passar por estigmas ou moralismos. É preciso uma política de saúde eficiente”.

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Caio lembrou a importância da PrEP também como uma estratégia de redução de danos. “A gente sabe que a profilaxia é fundamental, mas lamentavelmente são pouquíssimas as pessoas ligadas a sexo químico que têm acesso e ela”. Luciana concordou e arrematou: “De fato, não podemos nos esquecer da PrEP nesse cardápio de prevenção, mas só ela não basta. Não adianta um folheto bacana ou uma cartilha bonita. Precisamos dialogar permanentemente com essas pessoas”.

 

Ainda sobre a questão do diálogo, Myro lamentou o fato de existir pouco material disponível sobre o assunto. “Só vamos suprir essa necessidade produzindo espaços de conversas com esses indivíduos. Eles precisam ser ouvidos e, em cima do que disserem, necessitamos produzir saberes”. Caio concordou, mas ressaltou que a pandemia de Covid-19 está dificultando esse diálogo: “Debates como este aqui são ótimos, mas a gente tem que conversar com os praticantes. Atualmente, só podemos fazer isso pela internet, mas quando todos estivermos vacinados, teremos que encontrar essas pessoas o quanto antes”.

 

Alessandra finalizou a live lembrando que ainda há um longo caminho a se percorrer no que diz respeito a uma estratégia de redução de danos para quem pratica chemsex. “Hoje, não há uma literatura específica sobre o assunto. Muitos falam sobre drogas em geral e outros consideram apenas as chamadas drogas sintéticas. Precisamos debater, conversar, ouvir e produzir”.

 

Autoteste de HIV

 

Realizada no dia 13, a live de abril teve como tema o autoteste de HIV como estratégia de prevenção combinada. Participaram do encontro os EPs Kelly Vieira (Florianópolis) e Gabriel Mota (Manaus), além de Lia Mussi, presidente da ONG Terra das Andorinhas, de Campinas, e Lucas Siqueira, diretor de interação com a comunidade da ONG Grupo Dignidade, de Curitiba.

 

Para dar início à reunião, Alessandra destacou a importância da autotestagem. “É fundamental principalmente para quem não tem acesso aos serviços de saúde e para os que precisam se testar com maior frequência. Mas não pode ficar só nisso. Também é importante uma rede de acolhimento para os que testarem positivo para o HIV. Nem todos estão preparados para o resultado”. Lucas completou: “Como representante da população gay e de homens que fazem sexo com homens , digo que o autoteste é uma ferramenta muito poderosa dentro da prevenção combinada. Ele nos ajuda a quebrar tabus”.

 

A seguir, Kelly falou sobre a relevância da autotestagem para as profissionais do sexo. “É uma luta diária tentar levar o autoteste até essas mulheres. A gente sabe que a testagem em massa, combinada com o preservativo e a PrEP, são pilares essenciais para vencer o HIV. Infelizmente, muitas ainda não conhecem o autoteste como estratégia de prevenção ou não se dão conta da importância dele”. Gabriel concordou: “O autoteste é indispensável na prevenção combinada, uma ferramenta vital para quem sonha com uma vida longe do HIV. Precisamos disseminá-lo o quanto antes”.

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Lia lembrou que, mesmo ainda precisando ser melhor difundido, atualmente o autoteste de HIV  é muito mais utilizado do que em tempos atrás. “No início, a maior preocupação das pessoas girava em torno de saber se a ferramenta era realmente segura. À medida em que passaram a confiar, o autoteste foi e vai ficando mais conhecido”. Gabriel aproveitou e divulgou um dado importante: “A pandemia de Covid-19 aumentou a procura pelo autoteste. O que a gente sabe é que muitos que iam aos postos de saúde buscar a ferramenta para si, agora também levam para os parceiros em casa. Isso é uma ótima notícia”.

 

Para encerrar o encontro, Lia ressaltou a importância do trabalho de educação de pares. “Esses profissionais são fundamentais para a divulgação e a distribuição do autoteste.  Aqui em Campinas, começamos a capacitar os EPs como multiplicadores de prevenção combinada. O resultado tem sido muito satisfatório”. Lucas acrescentou: “Todo o meu reconhecimento aos EPs. O trabalho deles não é fácil e quase sempre realizam com sucesso. O segredo é falar a língua das populações-chave de cada projeto. Dialogar com guetos pode ser uma tarefa complicada. Eles fazem isso como ninguém”.

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