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INI/Fiocruz presente na conferência HIV R4P

O pesquisador começou a sua explanação contextualizando as estratégias adotadas para minimizar a interrupção no acesso à profilaxia pré-exposição (PrEP) e ao autoteste de HIV no período da pandemia. Em seguida, falou sobre o contexto das epidemias de HIV e Covid-19 no país e na América Latina. Outro assunto inicialmente abordado foi a adoção da ferramenta da telemedicina entre os usuários da profilaxia. Consultas realizadas pelo telefone ou por aplicativos de mensagens foram fundamentais para a retenção e adesão à PrEP nos últimos meses. 

Em seguida, Thiago apresentou os principais resultados do estudo, baseado em três análises publicadas pelo INI/Fiocruz, frutos de pesquisas realizadas em 2020 junto a mais de 2 mil participantes gays/outros homens que fazem sexo com homens e mulheres trans, incluindo participantes do ImPrEP, acerca da pandemia. Os temas abordaram os seguintes temas:“Minorias sexuais do Brasil: disparidades sociais e raciais na manutenção do distanciamento social e descrição do comportamento sexual”, “A telemedicina como ferramenta na oferta da PrEP em um grande serviço de prevenção ao HIV no Rio de Janeiro” e “Alta aceitabilidade da teleconsulta em PrEP e autoteste de HIV entre usuários de PrEP”.

 

A maioria (57%) afirmou que o distanciamento social causou um grande impacto em suas vidas, principalmente no que diz respeito a questões econômicas (43%) ou familiares (30%). Mais de 50% relataram não ter tido novos parceiros sexuais casuais durante a pandemia e cerca de 70% disseram ter feito sexo anal receptivo sem uso de preservativo.

Quarenta e seis por cento relataram o uso da telemedicina. Entre eles, a maioria informou ter se sentido muito satisfeita (48%) ou satisfeita (39%). No grupo dos que não ficaram satisfeitos, 78% disseram preferir a consulta presencial, 17% alegaram questões de privacidade e 3% relataram falhas em termos de conexão. Com relação aos que não usaram a telemedicina, a maioria disse que provavelmente se sentiria muito confortável (31%) ou confortável (37%) em usar.

Cinquenta e cinco por cento disseram já ter realizado o autoteste de HIV. A maioria afirmou ter se sentido muito confortável (40%) ou confortável (42%). Entre os que não usaram o autoteste, a maioria contou que muito provavelmente (53%) ou provavelmente (29%) venha a usá-lo no futuro. A aprovação da entrega domiciliar da PrEP e do autoteste de HIV, que garantiria ao usuário da profilaxia receber o medicamento e o teste em casa, foi de 80%.

De acordo com o pesquisador, o estudo concluiu que a ferramenta da telemedicina, o autoteste de HIV e a  entrega domiciliar da PrEP e do autoteste  foram bem aceitos entre os participantes do estudo. Percebeu-se também que, para os usuários de PrEP com nível de escolaridade mais baixo, a telemedicina tende a não substituir as consultas presenciais.

 

Para ler as análises que embasaram o estudo, basta acessar:

https://link.springer.com/article/10.1007/s10461-020-02984-1

(Minorias sexuais)

https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1413867020300659?via%3Dihub (Telemedicina como ferramenta)

https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1413867020301641?via%3Dihub

(Alta aceitabilidade da teleconsulta - Para ver o resumo em português nesta edição, clique aqui)

 

*Autores do estudo:

Brenda Hoagland (1), Thiago Torres(1), Daniel Bezerra (1), A. Garner (2), Kim Geraldo (1), Lucilene Freitas (1), Cristina Jalil (1), Eduardo Carvalheira (1), Alexandre Nabor (1), Edilene Bastos (1), Daniel Waite (1), José Roberto Grangeiro (1), Toni dos Santos Araújo (1), Laylla Monteiro (1) Josias Freitas (1), Cleo Souza (1), MarcosBenedetti (1), Cristina Pimenta (3), Beatriz Grinsztejn (1) e Valdiléa Veloso (1) .

 

(1) INI/Fiocruz

(2) Hornet INC (EUA)

(3) Ministério da Saúde do Brasil

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