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Com a palavra, Bernardo*, usuário de PrEP

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A PrEP numa relação sorodiferente

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Bernardo*, 31 anos, é usuário da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV, desde 2018 e, atualmente, vive uma relação sorodiferente (quando um dos parceiros vive com o HIV e o outro não). Nesta entrevista exclusiva ao Em Rede, ele fala sobre a importância da profilaxia para o relacionamento e os sentimentos oriundos do uso da medicação.

Já usava a PrEP antes da relação sorodiferente ou resolveu tomar por conta dela?

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O interesse existia, porém com o início do relacionamento sorodiferente, o engajamento para a utilização da PrEP se tornou maior.

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Foi uma decisão em conjunto com seu parceiro?

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O homem com quem sou casado não possuía conhecimento da profilaxia, logo que apresentei a PrEP recebi o seu apoio.

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A PrEP, de algum modo, é um marco na história do casal?

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Com a chegada da PrEP, a nossa relação deu um grande salto. As nossas “neuras” sobre as possibilidades de infecção foram embora e não apenas pelo uso da medicação, mas pelo início do acompanhamento clínico da unidade de saúde que me atende, onde também fui apresentado à mandala da prevenção combinada. Após a explicação do I=I (Indetectável = Intransmissível), por exemplo, até então incompreendida por nós dois, sentimos uma possibilidade maior de nos entregarmos para a relação.

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Quais os principais sentimentos em relação ao uso da PrEP? 

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A sensação do sexo seguro é fundamental para a manutenção da nossa relação, pois nos distancia do estigma da sexualidade “doente”. Há maior liberdade sexual, liberdade que nos aproxima emocionalmente e nos faz mais fortes e resistentes para enfrentarmos a homofobia em nossos cotidianos. O ponto negativo é a falsa sensação de que o uso contínuo do medicamento poderá, em algum momento, me fazer mal.

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Como avalia o acompanhamento médico/clínico da sua unidade de saúde?

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As visitas são marcadas pelo comprometimento e receptividade de toda a equipe de profissionais que me atende, o que é fundamental para o acolhimento das minhas demandas do campo da saúde sexual. Destaco também a escuta ativa desses profissionais e a precisão clínica durante a realização periódica dos exames.Por esses motivos, durante as visitas, sinto-me à vontade para tirar dúvidas e compartilhar os meus comportamentos de risco para a escolha dos melhores métodos de prevenção.

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Já ouviu falar no esquema 2+1+1? Ele se adequa ao seu estilo de vida?

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Sim, mas ele não se adequa à rotina do casal, pois não planejamos o espaçamento entre as relações sexuais.

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Já ouviu falar da PrEP injetável? Caso ela seja aprovada, qual será a sua preferência: oral ou injetável?

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Provavelmente a preferência será pela injetável, pois acredito que a falsa sensação de “dano” que o uso diário me traz deixará de existir. 

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*Bernardo é um nome fictício, solicitado para preservar a identidade do entrevistado.

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