CRT/Aids de São Paulo: mais PrEP, mais prevenção
O CRT-DST/Aids atende atualmente a 1.013 usuários da profilaxia (200 pelo ImPrEP e 813 pelo PrEP SUS). Muitos também procuram o centro à procura de auxílio psicológico. Aline destaca a atuação dos EPs e atribui a eles o número elevado de atendimentos: “É um trabalho fundamental. Mesmo com poucos recursos, estão sempre trazendo mais pessoas para iniciar o tratamento”.
Sobre os desafios atuais enfrentados pelo centro, o pesquisador principal do estudo em São Paulo, José Valdez Madruga, responde: “Sem dúvida é apresentar a PrEP a uma parte da população que nunca ouviu falar na profilaxia. São pessoas vulneráveis que, muitas vezes, não conseguem ter acesso ao medicamento. Não basta mostrar, temos que encontrar formas de fazer a PrEP chegar a mais possíveis usuários”.
Um diferencial do CRT-DST/Aids é um espaço exclusivo para o atendimento a mulheres trans. “Temos uma ótima estrutura para receber essa população-chave. O centro conta com um ambulatório que atende diariamente às mulheres trans que nos procuram. Oferecemos PrEP, auxílio psicológico e tratamento hormonal”, informa a coordenadora.
Uma dificuldade extra enfrentada pelo ImPrEP em todo o país tem sido a manutenção do trabalho em tempos de Covid-19. “Passamos a realizar consultas pelo telefone e o autoteste de HIV começou a ser realizado em casa. Os participantes comparecem ao centro somente para retirar o medicamento, sempre usando máscara e respeitando o distanciamento social”, disse Aline. A coordenadora contou também que todos os usuários que apresentaram algum sintoma foram prontamente orientados a buscar avaliação médica. Alguns alegaram não estar se expondo ao risco de infecção pelo HIV durante a pandemia e prefeririam, temporariamente, suspender o tratamento.