Uma avaliação sobre a confiança em Indetectável = Intransmissível
Como parâmetro de avaliação, o artigo considerou três grupos distintos: pessoas vivendo com HIV; gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSHs) com status negativo para HIV ou desconhecido; e população geral (outras pessoas com status negativo para HIV ou desconhecido). A pergunta que avaliou a compreensão do slogan I = I foi "Em relação a indivíduos que vivem com HIV que transmitem o vírus por meio do contato sexual, o quão correto você acredita que seja o slogan I = I?".
Ao todo, 1.690 participantes completaram o questionário. Desse total, 347 eram pessoas vivendo com HIV (20%), 785 HSHs (45%) e 558 (35%) da população geral. Dentre esses 3 grupos, HSHs eram mais jovens (com idade média de 33 anos). O grupo das pessoas que vivem com HIV foi o que mais acreditou na equivalência I=I, com 80% de resultado positivo. Já os resultados para HSHs e população geral foram, respectivamente, 45% e 17%.
Sobre fatores associados para as respostas positiva ou negativa os resultados foram:
-
Pessoas vivendo com HIV, indivíduos que se identificaram como negros ou pardos tenderam a acreditar menos em I = I, ao passo que pessoas que vivem com HIV com parceiro fixo confiavam mais no slogan;
-
Segundo os HSHs, se autodeclarar como gay, ter renda equivalente à classe média/alta e morar em uma capital se associaram a uma resposta positiva sobre a confiança em I = I;
-
Por fim, o grupo que mais respondeu positivamente entre a população geral foi aquele que já se testou para o HIV pelo menos uma vez na vida.
Ter uma clara compreensão de I = I é uma arma importante para a prevenção e tratamento do HIV, assim contra o estigma contra pessoas que vivem com HIV. Divulgar essa evidência científica entre os grupos que têm mais resistência ou desconhecem esse fato é, portanto, uma estratégia fundamental para lidar com a pandemia de HIV.