Resultados preliminares do ImPrEP CAB Brasil
A pesquisadora principal do estudo, Beatriz Grinsztejn, iniciou a sua explanação lembrando o objetivo principal do ImPrEP CAB Brasil: gerar evidências para informar políticas nacionais e implementadoras de programas sobre como otimizar a oferta da PrEP com CAB-LA para gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH), pessoas trans e não-binárias nos serviços públicos de saúde que oferecem a profilaxia.
Relembrou, também, que os participantes deveriam ter teste de HIV com resultado negativo, de 18 a 30 anos, não serem usuários de PrEP, sendo incluídos ao buscarem espontaneamente a profilaxia ou testagem em um dos serviços públicos de saúde de seis cidades brasileiras (Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Campinas, Florianópolis e Manaus).
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Em seguida, apresentou dados gerais do estudo. Dos 1.447 incluídos a partir de 2022, 83% optaram pela PrEP injetável com CAB-LA e 17% pela PrEP oral. Quarenta por cento dos voluntários tinham de 18 a 24 anos, 91% eram gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH), 58% pretos e pardos e 95% tinham ensino médio.
A principal razão para escolher PrEP oral foi o medo de injeções e a principal para escolher a injetável foi a dificuldade com a medicação diária. Além disso, 94% das injeções foram realizadas no prazo, havendo 9% de troca da PrEP oral para a injetável e de 4% da injetável para a oral. Os dois casos de soroconversão estão sendo investigados.
Entre os resultados, Beatriz destacou que a modalidade de PrEP de longa ação melhorou significativamente a cobertura de profilaxia (95%), ou seja, a proporção de dias que os participantes ficaram protegidos. Ressaltou, ainda, seu potencial como ferramenta para enfrentar desafios de adesão à PrEP oral diária, em especial entre jovens de minorias sexuais e de gênero.
Também citou os bons resultados da intervenção mHealth, ferramenta digital para apoiar a tomada de decisão sobre o esquema de PrEP a ser escolhido. Como desafio futuro, apontou a busca por estratégias que alcancem melhor as populações altamente vulneráveis, em especial as de pouco nível escolar, que permanecem desassistidas tanto em termos de acesso como de continuidade de uso.
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